sábado, 28 de maio de 2016

Mapeamento de decisões criativas

Como as anotações/observações seguem uma linha de tempo, podemos acompanhar as mudanças, as alterações em um processo criativo. Afinal, observar é estar atento às mudanças, compreendê-las em seu contexto, fazer conexões entre elas.
E essas mudanças podem vir de diversas fontes.
COmo exemplo temos:


MAPEAMENTO PROCESSO CRIATIVO X EVENTOS X TEMPO

Peça com dez atores

SEMANAS
1
2
3
4
5
6
7
8
Figurino
Neutro
Homens de branco, mulheres de preto
Mulheres de branco, homens de Preto
Todos de Branco
Neutro
Multiplas cores
Múltiplas cores
Todos de Vervelho
Objetos de Cena
Sem objetos
Sem objetos
Uma cadeira ao centro
Um cadeira ao cento. Cada ator porta um cabo de vassoura
Duas cadeiras ao centro.
A cada dois atores, um cabo de vassoura
Cinco cadeiras, formando um semi-círculo.
A cada dois atores, um cabo de vassoura
Cinco cadeiras, formando um semi-círculo.

Cinco cadeiras, formando um semi-círculo.

A partir do esquema acima, podemos observar decisões em relação a dois tipos de eventos de caracterização: no figurino, e nos objetos de Cena. Ou seja, foram transpostos para a tabela observações concretas dos ensaios.
O que temos agora? a possibilidade de seguir com cada eixo vertical isolado, ou de comparar os eixos verticais.
Por exemplo? podemos ver que tivemos diversas mudanças nos figurino durante as 8 semanas de ensaio. O processo começou sem foco no figurino, depois houve um experimento entre a semana 2 e 3, com inversão da paleta de cores, que acabou na semana 4. Após um intervalo de não mais se preocupar com este tema, na semana 5, optou-se por cores mais vivas, o que acabou por ser o foco do fim desse processo criativo.
O eixo dos objetos de cena começa também sem foco, até que o jogo entre cadeiras e cabos de vassouras vai sendo testado, até que há uma estabilidade a partir da semana 7.
Do ponto de vista de encontrar paralelismo entre um eixo e outro vemos que na maioria das vezes há uma assimetria: embora, não haja muita definição na semana 1, enquanto que o eixo objetos de cena opera de uma maneira mais linear por adições e supressões, o eixo figurino age mais por saltos, por mudanças que não se baseiam tanto em decisões prévias.

Todas essas conclusões corroboram para tornar mais inteligível o processo, e precisam se referir a outras deciões.



segunda-feira, 23 de maio de 2016

domínio público

http://publicdomainreview.org/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Dom%C3%ADnio_p%C3%BAblico#No_Brasil

quinta-feira, 19 de maio de 2016

FECHAMENTO DAS OBSERVAÇÕES

Esta semana será dedicada a se concluir a observação do processo criativo:
realizar as últimas postagens e organizar a apresentação dos resultados da observação.

Para tanto, após revisão do material coletado e postados, cada grupo vai selecionar no máximo três tópicos sobre os quais será organizada a apresentação dos resultados de observação.

A ideia é correlacionar o que foi observado no processo criativo com a construção de um discurso sobre esse processo criativo. Ou seja, interpretar a materialidade daquilo que foi observado(ações, decisões criativas, condução do ensaio, uso de sons, construção da visualidade, movimentação, vocalidades) com seu questionamento.
Este questionamento passa pela descrição daquilo que foi selecionado a partir das observações, por sua conceptualização e pela argumentação. No caso, tentar descrever, pensar e discutir o evento observado.

A apresentação terá os seguinte formato:
1- o grupo de observação se apresenta e informa sobre o qual processo criativo foi observado.
2- o grupo de observação informa sobre o modo de organização do processo criativo (dias de ensaio, condução, metodologia de ensaio)
3- o grupo de observação apresenta quais os tópicos ou eixos temáticos foram selecionados e qual a relação entre eles e o processo criativo observado.
4- o grupo de observação apresenta um a um os tópicos observados, com textos, imagens e vídeos.
5- o grupo de observação apresenta seus comentários finais sobre o que foi aprendido durante o processo de observação.

desse modo temos no mínimo 10 slides de powerpoint.

domingo, 15 de maio de 2016

Aula do dia 25/04

  •  Retórica – formas de argumentação.
  • Necessidades do discurso: propor uma tese e desenvolve-la, com argumentos.
  • Na antiguidade aristotélica a Retórica era uma prática de argumentação em público, enquanto arte de elaborar.
  • O discurso vinha enquanto construção de conhecimento nas primeiras escolas da época, porém só frequentava a escola a elite.
  • Esses conhecimentos e forma de discurso, enquanto verdades, caem em desuso com o desenvolvimento das ciências, conhecimentos elaborados.
  • Atualmente a retórica está presente na política, na religião e na propaganda, lugares onde ainda se tem por traz o pensamento de uma verdade absoluta.
  • Nos textos acadêmicos se fala na “nova retórica” que é o desenvolvimento do discurso enquanto pensamento científico. Discurso: Agilizar e instigar o raciocínio, desenvolver uma ideia.
  • Atenção a dualidades e polarizações, dicotomias; diminuir os adjetivos.
  • Todo pensamento antitético gera contradições.
  • Todo pensamento dual vai gerar uma polarização.
  • Traduções visuais são muito enriquecedoras nos textos (gráficos, tabelas, escalas, desenhos...)
  • Nas observações:
1-    Selecionar um objeto dentro da observação
2-    Observar até 3 processos dentro do objeto
3-    Selecionar 1 ou mais processos

4-    Cruzamento de dados

quarta-feira, 11 de maio de 2016

JOÃO ANTÔNIO NA UNB

HOMENAGEM A JOÃO ANTONIO
 
O Departamento de Artes Cênicas da UnB, conforme resolução tomada por unanimidade no colegiado de 03-05-16, homenageará o ator, diretor e professor João Antonio - um dos artistas e ex-professores do CEN que terão seus nomes dados a salas no prédio do departamento.
João Antonio de Lima Esteves é Professor Emérito da Universidade de Brasília e um dos fundadores do Departamento de Artes Cênicas.
Há ainda outro motivo para a homenagem: João completa 70 anos no próximo dia 21.
O encontro dos professores e alunos do CEN com João Antonio - encontro aberto a todos - vai ocorrer no dia 17 de maio, terça-feira próxima, às 17h. O local é a sala BT-16 do prédio Complexo das Artes (Instituto de Artes/UnB).
Na ocasião, João fará palestra sobre "O ator no teatro e no cinema", ele que já participou de dezenas de espetáculos e filmes. Depois da fala, bate-papo com o público.

terça-feira, 10 de maio de 2016

PALESTRA E LANÇAMENTO DE LIVRO




PALESTRA E LANÇAMENTO DE LIVRO:
Amanhã, Dia: 11/05/2016.
Local: Auditório do Instituto de Letras.
PALESTRA
"Dramaturgia e música: a tragédia com evento audiofocal"
Horário:14:00
LANÇAMENTO DE LIVRO
Imaginação e Morte. Ensaios sobre a representação da finitude.
Marcus Mota
Horário: 18h30
TUDO Durante o evento Seminário DIALÉTICAS DO TRÁGICO.--

segunda-feira, 9 de maio de 2016

DATAS SOBRE APRESENTAÇÃO DA PESQUISA DE OBSERVAÇÃO DE PROCESSOS CRIATIVOS

datas
30/05 . encontro dos grupos para organizar a apresentação da pesquisa. Organizar vídeos, textos, e powerpoint. cada grupo terá 20 minutos para apresentar seu material.
01/06 apresentação.

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Aula do dia 04.05.2016 (Teatro e Música II)

O teatro chegou no auge com o modelo da ópera no século XIX.

  • o centro da experiência é a imagem cantada.
No século XIX, as pessoas saíam de casa para ir assistir estes espetáculos. Com o início do século XX e a aparição de novas mídias que chegavam até a casa do espectador, as pessoas perderam esse interesse em ver aquilo ao vivo.
Hoje nós podemos ouvir e até mesmo ver, através de hologramas, artistas que já morreram e isso não era possível antigamente. 
No século XX rompemos o que as pessoas viam como espetáculo teatral musical nas óperas do século XIX.
Se você vai trabalhar com canções, é importante ter consciência da canção em relação à disposição das cenas.

  • Canções de início da cena: o personagem entra em cena e canta a história dele, ou um prólogo onde vai ser apresentado as questões que serão discutidas ao decorrer do espetáculo.
  • Canções de fim da cena: suspendem o que está acontecendo.
  • Canção de apresentação de personagem: pode ser cantada por um ou mais personagens.
  • Canção e contracenação: são diálogos cantados, também chamados de duetos (duos).
  • Canções prospectivas: você interrompe a ação pra cantar o que vai acontecer.
  • Canções parabólicas: interrompem o espetáculo e puxam a energia para o espetáculo.
  • Desintegração de canções/Canções interrompidas/Canções diluídas: você começa a canção, interrompe e vai fazer uma outra ação e em seguida volta pra essa mesma canção. Você pode ter apenas uma canção no espetáculo, que é interrompida por diversas ações em vários momentos, mas sempre volta pra essa canção.
  • Oposição articulatória: tem gente que tá cantando e tem gente que tá falando. Então uns cantam e outros nunca cantam.
  • Cantar junto/Uníssono/Cantar em vozees: canta todo mundo junto podendo também dividir vozes masculinas cantando em um tom e vozes femininas em outro tom. 
Gente cantando a mesma coisa, ao mesmo tempo é ORGANIZAÇÃO.
Gente cantando diferentes coisas, ao mesmo tempo é DESORGANIZAÇÃO.

Frases reflexivas de Marcus Mota:

"Tirar a ideia de que canção é canção lírica."
"Você pode fazer as piores coisas em cena, cantando."
"A imagem visual é quadrática, mas o som é ressonância."
"Toda vez que você interrompe a continuidade do espetáculo, você enfatiza a continuidade."
Interromper é ENFATIZAR
Interromper é RELIGAR     






quarta-feira, 4 de maio de 2016

TEATRO E MÚSICA II

CANÇÕES

Oposição entre canto e ação. Modelo da ópera do século XIX.


1- Momento da canção em relação à disposição das cenas.Canções no início das cenas, canções em fim de cenas, canções que ocupam toda a cena.

2- Canção de apresentação de personagem
3- Canção e contracenação (duos)
4- Canções coletivas
5- Canções de trabalho
6- Canções restrospectivas
7- Canções prospectivas
8- Canções parabólicas
9- Desintegração de canções. Canções interrompidas. Canções diluídas.
10- Oposição articulatória: Uns cantam, outros nunca cantam.
11- Extensão vocal. Classificação vocal.
12- Combinação de vozes.
13- Cantar junto. Uníssono. Cantar em vozes.
14- Voz e caracterização.
15- Ironias musicais.

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Questões básicas para teatro e som I




Primeiro, a questão é descentrar música e som. Ou seja, não é estudar música para teatro apenas, e sim som. Pois o som engloba música. Podemos ter espetáculos sem " música" mas com sons. Pensar em sons é mais que pensar em música. O que acontece é que o que entendemos como ' música' foi muito modificado pelas novas tecnologias.
Segundo, ver o som em seu duplo aspecto de produção e recepção. Para tanto, é preciso identificar as fontes sonoras de um espetáculo. Essas fontes vão nos informar e muito sobre o uso de sons.
Entre as fontes sonoras, temos
A- voz,
B- instrumentos musicais
C- sons pré-gravados

Podemos ter uma combinação desses sons.

Um tema  a ser explorado é o da presença. Som está ligado à localização. O som localiza a audiência, que o ouve. Então, sons pré-gravados podem criar tensões quanto ao espaço, entre o que se vê e o que não se vê, entre aquilo que pensamos ver e o de fato vemos.


A- A voz pode ser modificada das mais variadas formas. Algumas rubricas marcam isso: gritar, sussurrar, soletrar, acentuar as sílabas fortes, sibilar, entre o canto e a fala, falar com um idoso, falar com alguém ferido, etc.
B- Os instrumentos musicais são classificados segundo o material do qual são feitos e o modo como são tocados. A classificação ajuda entender as combinações entre instrumentos. O sistema mais utilizado é  Hornbostel-Sachs, que divide os instrumentos em
1-Idiofones: produzem som vibrando a si mesmos. Ex. Triângulo.
2-membrafones:produzem som vibrando uma membrana: Ex Cuíca.
3-cordofones- Produzem som vibrando cordas . Ex.Violão.
4- Aerofones- produzem som vibrando uma coluna de ar. Ex.Flauta.
V. https://pt.wikipedia.org/wiki/Hornbostel-Sachs


domingo, 1 de maio de 2016

Aula 20/04

Galera, foi mal o atraso, não estava conseguindo acessar o blog nem pela minha conta, nem pela do Breno. Hoje rolou, então estão aí os pontos mais tchan da aula do dia 20/04:



  1. A relevância da produção e percepção do som
  • O teatro é um campo multisensorial
  • O som está sempre presente
  • Teatro musical: a voz da pessoa é "sofrida" e na hora que ela vai cantar, a voz é tão modificada que parece outra pessoa cantando.


Reflexões e comentários baseados na análise do blog do grupo O Segundo Sexo
  • Trabalhar com exemplificação e conceitualização
"TCC é uma defesa oral de um material escrito" Marcus Motinha
  • Trabalhar mais com especificidade, por exemplo quando se fala de som, usar termos como altura, frequência.. O fenômeno vocal tem vários campos, conceitos e variações.
"Por que um ator não se atenta tanto à técnica quanto um pianista? Quanto um atleta?" Motinha, Marcus

  • A importância de trabalhar com audiovisual para analisarmos o nosso próprio movimento, postura, presença
EU NA TELA  X  EU OBSERVANDO

  • É preciso registrar para que depois se tenha acesso ao que já fez, exatamente como foi feito.
  • A iniciativa de ir atrás de livros, pesquisar, levantar bibliografias, tem de ser atos contínuos. O objetivo do professor é que agora façamos juntos para que depois possamos fazer juntos sem dificuldade.
"Se você lê 3 páginas por dia, por exemplo, com a prática você consegue ler mais em menos tempo." Marcus Mota - que consegue ler 150 páginas em uma hora.

"O que estamos comentando sobre o blog não são erros, é aproximação." Marcus Mota.
  1. Palavras e expressões "proibidas" em textos acadêmicos:
NATURALIDADE: Naturalidade não existe. O que existe é construção.

"Eu entendo o que vocês querem dizer, mas quando vocês têm que escrever, escrevam de outro jeito. As vezes é melhor falar mais do que tentar sintetizar numa só palavra que vai levantar muitos questionamentos." Marcus Mota.

Sobre o natural: é subjetivo, depende de muita coisa. "O ensaio foi em Brasília. Como seria esse natural em Porto Alegre?" Marcos Mota.

O pesquisador pega um tipo de linguagem e traduz para outro tipo de linguagem.