1 – Nasci numa família em
que se pode até ser ruim da cabeça, mas nunca doente do pé. O funk e o samba
sempre estiveram presentes na minha vida, desde a infância até hoje e creio que
para sempre. O samba nem tanto, mas o funk é extremamente desvalorizado como
dança, música e expressão artística/ cultural e mesmo aqui, dentro do
departamento, ainda me vejo discutindo com colegas o valor do funk dentro do
contexto artístico brasileiro atual. Cercada de primas e primos passistas e
MC’s, fui passista mirim e sambo até hoje, assim como danço funk.
2 - Tive uma experiência bem por alto com o
palhaço (bufão) aqui mesmo no departamento, na disciplina de Interpretação 4.
Mas foi uma passada bem rápida, não diria que domino, nem mesmo que conheço a
ponto de usar.
3 – Inglês avançado (curso concluído),
espanhol instrumental.
É um texto que me toca muito
pessoalmente por trazer questões da mulher, da maternidade, do quão
questionável é a religião, o divino, o sagrado. É lúdico, romântico, super
divertido, desafiador, que permite a “piração” tanto na interpretação, quanto
no cenário.
A
Serpente – Nelson Rodrigues
O que me chama atenção
primeiramente em A Serpente é o ritmo, a movimentação, o dinamismo. Sempre tem
alguma coisa acontecendo, algum conflito, uma traição, uma descoberta, um
flagra. Isso me prende como espectadora e leitora. Como atriz, o que me prende
são as ações, o desenrolar da história, como as personagens sempre estão vivas
mesmo quando não estão em cena, como elas ecoam mesmo na ausência.
5-
O Teatro através da história, de Tânia Brandão.
·
Introdução In: O Teatro através da História – Vol. II – Teatro
Brasileiro. Rio de Janeiro: CCBB, 1994, p. 15-16.
Através de
metáforas, o texto dá sugestões sobre o que é o teatro brasileiro, quem o faz,
de onde ele veio, com influência de quem ou de onde e como ele tem sido
enxergado pelas pessoas. O teatro, de uns anos para cá, vem sendo visto, falado e colocado de
forma que sugere que fazer teatro não é trabalho, pelo simples fato de
normalmente os atores terem uma forma não cotidiana de trabalhar. O preconceito
e a busca pelo “normal” impede a sociedade de ver o quanto o teatro é presente,
importante e transformador.
Não se aprende samba no colégio, de
Alexandre Gouvea.
·
Não se aprende samba no colégio. Folguedos populares e processos pedagógicos.
O que me dá tesão neste artigo é que ele tem como foco
principal a problematização da cultura popular dentro dos colégios. O texto explicita a preocupação que também trago comigo: a falta dessa cultura popular nas escolas. Batuque, samba, samba de roda, bumba meu boi, lendas, congada, folclore, literatura de cordel, etc.
6- Estamira – Na Beira
do Mundo
Um cenário simples, poucos objetos em cena mas muito bem
aproveitados. A história de uma catadora de lixo, cujos devaneios, pensamentos
e percepções de vida, de morte, de loucura e lucidez, constroem uma história
lindíssima, interessante, envolvente, provocativa e emocionante, que me marcou,
principalmente, pela grandiosidade sem perder a simplicidade em nenhum dos
aspectos.
7- Sete Crianças
Judias
Com direção de Fernando Villar e texto de Carryl Churchill,
a montagem de Sete Crianças Judias me deu experiências muito bacanas em novos
campos da atuação e de pesquisas de cenografia e figurino. Cada ator dava vida
a 4 personagens diferentes, que viviam em épocas diferentes, que tinham
histórias diferentes, o que exigiu de nós uma resposta rápida em questão de
mudança de corpo, máscara, figurino.
A construção das
personagens foi um processo de cada ator com a orientação do Fernando. Eram poucas
cenas e cenas curtas, então as histórias construídas por trás das personagens
tinham que aparecer nas sutilezas: em gestos, olhares, tons de fala, pausas...
Foi um processo
único, um resultado único, positivamente. Diferente de tudo o que já vi e fiz.
8- É bastante difícil
pensar numa diplomação dos sonhos quando não se sabe que turma vai fazer parte
disso e quem será o professor-orientador do processo. Mas desconsiderando qual
será a turma e o número de alunos, eu tendo sempre para um texto brasileiro.
Não sei qual, não sei de quem, mas que bonito seria pegar um texto que
retratasse o Brasil e os brasileiros! Nossa gente, nossa cultura, nosso humor, nossos
sotaques, nossas danças, nossas lendas, nossa culinária, nossa corrupção... Nós.
Personagens não estereotipados, mas típicos daqui.
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