terça-feira, 15 de março de 2016

Autoapresentação Tainá Cary

1 – Nasci numa família em que se pode até ser ruim da cabeça, mas nunca doente do pé. O funk e o samba sempre estiveram presentes na minha vida, desde a infância até hoje e creio que para sempre. O samba nem tanto, mas o funk é extremamente desvalorizado como dança, música e expressão artística/ cultural e mesmo aqui, dentro do departamento, ainda me vejo discutindo com colegas o valor do funk dentro do contexto artístico brasileiro atual. Cercada de primas e primos passistas e MC’s, fui passista mirim e sambo até hoje, assim como danço funk.

2 - Tive uma experiência bem por alto com o palhaço (bufão) aqui mesmo no departamento, na disciplina de Interpretação 4. Mas foi uma passada bem rápida, não diria que domino, nem mesmo que conheço a ponto de usar.

3 – Inglês avançado (curso concluído), espanhol instrumental.

4 – Por Que, Hécuba? - Matéi Visniec
É um texto que me toca muito pessoalmente por trazer questões da mulher, da maternidade, do quão questionável é a religião, o divino, o sagrado. É lúdico, romântico, super divertido, desafiador, que permite a “piração” tanto na interpretação, quanto no cenário.
A Serpente – Nelson Rodrigues
O que me chama atenção primeiramente em A Serpente é o ritmo, a movimentação, o dinamismo. Sempre tem alguma coisa acontecendo, algum conflito, uma traição, uma descoberta, um flagra. Isso me prende como espectadora e leitora. Como atriz, o que me prende são as ações, o desenrolar da história, como as personagens sempre estão vivas mesmo quando não estão em cena, como elas ecoam mesmo na ausência.

5-  O Teatro através da história, de Tânia Brandão.
·         Introdução In: O Teatro através da História – Vol. II – Teatro Brasileiro. Rio de Janeiro: CCBB, 1994, p. 15-16.
Através de metáforas, o texto dá sugestões sobre o que é o teatro brasileiro, quem o faz, de onde ele veio, com influência de quem ou de onde e como ele tem sido enxergado pelas pessoas. O teatro, de uns anos para cá, vem sendo visto, falado e colocado de forma que sugere que fazer teatro não é trabalho, pelo simples fato de normalmente os atores terem uma forma não cotidiana de trabalhar. O preconceito e a busca pelo “normal” impede a sociedade de ver o quanto o teatro é presente, importante e transformador.

Não se aprende samba no colégio, de Alexandre Gouvea.
·         Não se aprende samba no colégio. Folguedos populares e processos pedagógicos.

O que me dá tesão neste artigo é que ele tem como foco principal a problematização da cultura popular dentro dos colégios. O texto explicita a preocupação que também trago comigo: a falta dessa cultura popular nas escolas. Batuque, samba, samba de roda, bumba meu boi, lendas, congada, folclore, literatura de cordel, etc.


6- Estamira – Na Beira do Mundo
Um cenário simples, poucos objetos em cena mas muito bem aproveitados. A história de uma catadora de lixo, cujos devaneios, pensamentos e percepções de vida, de morte, de loucura e lucidez, constroem uma história lindíssima, interessante, envolvente, provocativa e emocionante, que me marcou, principalmente, pela grandiosidade sem perder a simplicidade em nenhum dos aspectos.


7- Sete Crianças Judias
Com direção de Fernando Villar e texto de Carryl Churchill, a montagem de Sete Crianças Judias me deu experiências muito bacanas em novos campos da atuação e de pesquisas de cenografia e figurino. Cada ator dava vida a 4 personagens diferentes, que viviam em épocas diferentes, que tinham histórias diferentes, o que exigiu de nós uma resposta rápida em questão de mudança de corpo, máscara, figurino.
A construção das personagens foi um processo de cada ator com a orientação do Fernando. Eram poucas cenas e cenas curtas, então as histórias construídas por trás das personagens tinham que aparecer nas sutilezas: em gestos, olhares, tons de fala, pausas...
Foi um processo único, um resultado único, positivamente. Diferente de tudo o que já vi e fiz.


8- É bastante difícil pensar numa diplomação dos sonhos quando não se sabe que turma vai fazer parte disso e quem será o professor-orientador do processo. Mas desconsiderando qual será a turma e o número de alunos, eu tendo sempre para um texto brasileiro. Não sei qual, não sei de quem, mas que bonito seria pegar um texto que retratasse o Brasil e os brasileiros! Nossa gente, nossa cultura, nosso humor, nossos sotaques, nossas danças, nossas lendas, nossa culinária, nossa corrupção... Nós. Personagens não estereotipados, mas típicos daqui.


Nenhum comentário:

Postar um comentário