quarta-feira, 16 de março de 2016

primeira pessoa, terceira pessoa

Sobre uma de nossas discussões de nosso rico encontro de hoje, temos o seguinte:
1- não há exclusividade no uso da terceira pessoa.
2- a questão não é de pronome, de gramática.
3- Segundo E. Benveniste (Ensaios de Linguística geral), a primeira e a segunda pessoas do discurso corresponde a posições marcadas em trocas verbais. mas a terceira se refere a algo ou a alguém ausente. Por isso é uma não pessoa.  Disso, é utilizada com mais frequência para se enunciar processos, abstrações, coisas, ações.
4- A primeira pessoa marca uma referência ao sujeito que enuncia um discurso. Quando você escreve uma monografia, já está claro desde o início que há um enunciador: você, quem assina o texto. Por isso é redudante toda hora afirmar:"segundo minha opinião", "de acordo com meu pensamento". Você escolhe os autores com quem vai dialogar(citações). Você escolhe o rumo que seu texto vai tomar(argumentação, gráficos, tabelas, etc).
5- Então, usamos a primeira pessoa para marcar a participação do sujeito em atividades, processos. Por exemplo. Você abre sua monografia com a apresentação. Aqui você coloca o tema de sua pesquisa e sua relação com o tema, de onde surgiu, se for o caso. Também você se coloca, mostrando um pouco de seu caminho, de sua trajetória, de suas opções. Afinal, você está concluindo um curso. Nesse momento, você usa a primeira pessoa. Ficaria muito estranho falar de você em terceira pessoa. Outra possibilidade: durante a análise do processo criativo, você individualiza ações suas, participações. Então novamente aqui cabe a terceira pessoa. E na conclusão, durante a retomada e ampliação do que você escreveu você pode se colocar, desligando-se desse etapa de sua formação.
6- Assim, há espaço para a primeira pessoa. Mas é preciso compreender a construção do texto de pesquisa. 

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